
A estrada aparece em esforço. Toda ela esculpida no tempo, imóvel num presente que tentamos agarrar. Mas a estrada tem sobre nós uma eternidade de avanço. Porque ela é já a cicatriz do caminho que vamos fazer. E no esforço que nela se revela, revela-se também à sua volta, em gritos de seiva feito troncos e ramos, espreguiçando se no alto por folhas escuras e pedaços de sombra erguidos ao sol. E tudo isso em silêncio profundo numa tarde que rebenta do chão ao céu.
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